Archive | April, 2013

Apresentação M-Learning

30 Apr

Material que apresentei no Road Show da empresa Gestum Tecnologia Educacional S/A no dia 25/04/2013.

Como escolher o formato adequado de cursos online para multiplataforma

10 Apr

Os diversos cursos e-learning desenvolvidos e utilizados atualmente nas empresas não se adaptam aos dispositivos móveis. A maioria deles foi desenvolvido com resolução de tela para monitores sem tecnologia touch screen de computadores desktop com os padrões de 800 por 600 ou 1024 por 769 pixels e com a tecnologia Flash da empresa Adobe Systems. Os dispositivos móveis mais utilizados têm monitores menores com touch screen e não aceitam a tecnologia Flash. Portanto, os cursos e-learning desenvolvidos pelas principais universidades corporativas do Brasil são incompatíveis com os dispositivos móveis. Os dispositivos móveis mais utilizados atualmente como smartphones e tablets mudaram a tradicional interação humano-computador com a substituição do uso do mouse, pois esses dispositivos utilizam a tecnologia touch screen (tela sensível ao toque).

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A utilização de dispositivos móveis não para de crescer, de acordo com a pesquisa da empresa Gartner, a rápida proliferação dos dispositivos móveis de consumidores está mudando o ambiente tradicional de TI nas empresas, sendo que 90% das companhias já implementaram dispositivos móveis – a maioria smartphones – e 86% das empresas pesquisadas disseram que pretendem também utilizar tablets. A pesquisa foi realizada com mais de 900 empresas que possuem mais de 500 funcionários e Data Centers in-house no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Rússia, Índia, China e Japão.

Já desenvolvi cursos online em diversos formatos. Acredito, que a melhor opção atualmente para a produção de e-learning no padrão SCORM para hospedagem em LMS (Learning Management System) é no formato HTML5 que funciona em PCs, tablets e smartphones (multiplataforma) como, por exemplo, nos browsers e sistemas operacionais abaixo:

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A linguagem de programação HTML5 (Hypertext Markup Language – versão 5) ainda não está consolidada oficialmente. Segundo a W3C, seu lançamento está previsto para 2014, porém, diversos navegadores já implementaram algumas de suas funcionalidades. O HTML5 é muito utilizado para desenvolvimento de aplicações multiplataforma. Sua eficácia foi comentada por Steve Jobs antes do seu falecimento, quando ele proibiu o uso de Adobe Flash nos dispositivos na Apple (iPad, iPod e iPhone) e indicou o HTML5 como tendência.

Formatos

  • Aplicativo Web

Um Web App é um aplicativo que é acessado via internet ou intranet através de um navegador (browser) que suporta a linguagem de programação que o app foi desenvolvido, como por exemplo HTML5, JavaScript, CSS, ActionScript. Neste recurso, o browser é fundamental para tornar o aplicativo executável. Um aplicativo web é quando ele carrega diretamente no navegador. Sua vantagem é facilidade de atualização e a distribuição sem instalação de software.

  • Aplicativo Nativo

Aplicativos nativos são personalizados para o aparelho desejado com o objetivo de obter maior desempenho de processamento, áudio, acelerômetro, gravação de dados local, GPS, navegação touch screen etc. As principais linguagens de programação são: Objective C (iOS), Java (Android) e Cascade (BlackBerry).

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Portabilidade

A portabilidade é maior no web app. Seu desenvolvimento, manutenção e atualização é realiza uma única vez e funciona em multiplataforma. Já no caso do app nativo, cada dispositivo tem o seu código e características de desenvolvimento. A linguagem de programação é diferente. Desta maneira, a manutenção e evolução são realizadas separadamente para cada dispositivo, aumentando seus custos e o tempo de implantação das atualizações.

Recursos para desenvolver conteúdo multiplataforma em HTML5

1) Conteúdo na tela
É possível ir além dos limites vertical e horizontal, com uso de caixas de rolagem, pop-up e slideshow é possível ter mais conteúdos nas páginas.

2) Pense na usabilidade
Evite elementos próximos demais e menores que 44 pixels por causa do touch screen. A sinalização dos recursos interativos é crucial. Educar o usuário e guia-lo neste novo ambiente é fundamental no planejamento instrucional.

3) Novas possibilidades gestuais (touch screen e acelerômetro)

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5) Sai a seta de Avançar/Voltar e entra o slide
Esse recurso é muito utilizado para navegar entra as telas do curso virtual. É programado em JavaScript através do código:

$("body").on(‘swiperight’, swiperightHandler);
$("body").on(‘swipeleft’, swipeleftHandler);

6) Resolução da tela
Para ajustar o curso no tablet e no PC, a resolução indicada é 1024 X 600. No smartphone, podemos utilizar a resolução de 960 X 640. Portanto, para desenvolver um curso para os três dispositivos (PC, smartphone e tablet) utilize a menor resolução (960 X 640) ou o recurso “media query” para criar um layout diferente para cada tamanho de tela. O media query é utilizado para criar o design responsivo do aplicativo.

7) SCORM
O mesmo padrão SCORM utilizado nos cursos tradicionais em Flash funciona no HTML5.

8) Touch Screen

O recurso Over (mouseover) não existe em dispositivos com touch screen. Utilize no lugar deste recurso o “:active” que funciona quando o dedo está pressionando um elemento interativo.

9) Interatividade
Para customizar os botões, checkboxs e radiobuttons, crie sprites (mapa de imagens) configure manualmente o seu “comportamento”. A utilização de interações de “clicar e arrastar” pode conflitar com a função de “slide” da navegação do curso.

10) Rede Social
Utilize a função Share (compartilhar) das redes sociais Facebook, Google+ e Twitter no seu curso online. O aluno tem a opção de compartilhar a informação como o inicio ou o fim de um curso em sua rede social.

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Conclusão

Para o desenvolvimento de cursos online para multiplataforma devemos considerar os custos de produção e de manutenção/atualização do aplicativo, assim como as funcionalidades e recursos que ele possui. Outro fator importante é a possível reutilização do curso com o padrão SCORM ou AICC que deve enviar os relatórios de desempenho do aprendiz para o LMS armazená-los.

Desta maneira, cabe a cada gestor de e-learning fazer a opção que melhor lhe atende levando em consideração: custo, manutenção, atualização, reutilização e acesso ao curso através dos dispositivos utilizados pelos usuários.

Online pode ser melhor que curso presencial

9 Apr

As principais universidades norte-americanas se lançaram de cabeça no ensino online gratuito. Ano passado, Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criaram o edX, uma plataforma de cursos abertos para massas (MOOCs, na sigla em inglês). Cada instituição se comprometeu a investir US$ 30 milhões. Meses antes nascia o Coursera, que hoje reúne cursos de 62 universidades, como Stanford e Columbia. Não à toa, 2012 foi eleito o ano dos MOOCs pelo jornal The New York Times.

Só o edX já tem 800 mil alunos inscritos – incluindo 23 mil brasileiros – em 23 cursos: sete do MIT, seis de Harvard, seis da Universidade da Califórnia e quatro da Universidade do Texas.

O mais popular é o de Circuitos e Eletrônica, ministrado por Anant Agarwal, com cerca de 150 mil alunos. Professor do MIT, o indiano foi convidado para ser o primeiro presidente do edX. “Tudo que o aluno precisa é ter vontade de aprender e conexão à internet”, disse ele ao Estado, em sua primeira entrevista à imprensa brasileira.

Os cursos não têm apenas videoaulas expositivas, mas também exercícios e avaliações virtuais. Ao contrário do ensino a distância tradicional, nessa modalidade não há a figura do tutor e grande parte da aprendizagem se dá pela interação entre os alunos nos fóruns de discussão. Quando aprovados, os estudantes recebem um certificado do edX.

“Num futuro não tão distante será comum para as universidades reconhecerem créditos dos MOOCs”, diz Agarwal, que fará na quinta-feira a conferência de encerramento doTransformar, um evento em São Paulo sobre inovação e tecnologia na educação.

Para que servem os MOOCs e quais as vantagens deles?
Promover o acesso de alunos de qualquer lugar do mundo à educação é um grande benefício. Outro, para a universidade, é que ela não precisa sair do câmpus para oferecer cursos. E quando você tem um curso online combinado com ajuda pessoal de um professor, no formato híbrido (blended), descobrimos que a qualidade supera de longe a dos cursos tradicionais presenciais. Assim, um dos grandes benefícios para as universidades também é poder aumentar muito a qualidade da educação no câmpus.

Há quem critique a falta de contato entre aluno e professor.
Mais de uma geração de alunos cresceu com as redes sociais, enviando mensagens de texto e batendo papo virtualmente. São pessoas que se sentem confortáveis em aprender online. Fizemos uma pesquisa com alunos que completaram o curso de Circuitos e Eletrônica. Pedimos para eles compararem o curso online com o tradicional. Os resultados foram surpreendentes: 36% dos alunos disseram que a experiência online foi melhor que a presencial e 63% acharam tão bom quanto. O curso online é muito bom, mas ter contato com um instrutor só melhora o aprendizado.

Como motivar os alunos?
Os cursos do edX são rigorosos. São os mesmos ensinados nos câmpus e a taxa de aprovação varia de 5% a 20%. Isso significa que até 95% dos alunos podem não ser aprovados porque abandonam ou não têm desempenho suficiente. Fora isso, muitos terminam os cursos e não pedem o certificado. Não sabemos quantos podem estar fazendo isso. Então, precisamos ter cuidado com estatísticas. Além disso, os alunos têm de levar o curso a sério e ser ativos, clicar em pelo menos um exercício ou dever de casa. Para os alunos com postura ativa, mas que não conseguem passar, temos várias ideias para engajá-los. Um professor, por exemplo, acessa os fóruns dos alunos, identifica as dificuldades e toda semana produz um vídeo com os pontos fracos. Outra maneira é oferecer material que ajude o aluno, porque às vezes ele não tem o background para acompanhar o curso. Para fazer meu curso de Circuitos é necessário saber equações diferenciais. Mas não ensinamos isso no edX. Então eu sugiro que o aluno assista às videoaulas de Salman Khan (que, aliás, foi meu aluno no MIT). Podemos ainda oferecer cursos híbridos, com apoio de um professor local, o que aumenta a taxa de sucesso. Fizemos isso com a Universidade Estadual de San Jose, da Califórnia. Os alunos assistiram aos vídeos, fizeram exercícios e depois seguiram para aula discutir com o professor. Os resultados foram incríveis. Tradicionalmente este curso tinha uma taxa de reprovação de 21%, mas com o edX caiu para 9%.

Como construir uma relação mais íntima com os alunos?
Acho que a intimidade já existe. Eu, por exemplo, gravo as aulas no mesmo estilo de Salman Khan, escrevendo em um tablet. Recebo e-mails de alunos dizendo que sentem como se estivessem ao meu lado me vendo explicar os conceitos. Eles acham essa relação muito pessoal. É melhor do que ficar na última fileira de um auditório para 500 pessoas vendo uma aula.

Vocês pesquisam o impacto dos MOOCs na educação superior. O que descobriram?
Estamos capturando dados dos alunos no edX: como eles aprendem, de onde vêm, quais exercícios acertam e quais erram, que tipo de material usam. Com isso podemos melhorar o modo pelo qual eles aprendem. Em um curso, separamos os alunos em dois grupos para verificar quem se sairia melhor de acordo com as ferramentas que utilizavam. Em outro caso, um professor de Harvard quis saber, com base nos dados gerados pela plataforma, quais recursos os alunos utilizavam em diferentes momentos. Ele descobriu que, quando os alunos resolvem o dever de casa, acessam bastante os vídeos. Mas quando fazem o exame final, olham muito o livro-texto.

O governo de São Paulo lançou um programa de inclusão de alunos de escolas públicas nas universidades estaduais que prevê, para parte dos cotistas, um curso semipresencial de dois anos, com certificação. Se aprovado, haverá uma formação generalista com o objetivo de chegarem mais preparados à universidade. O projeto recebeu críticas porque, entre outros motivos, os alunos de escolas públicas teriam menos atenção nesse modelo. Qual sua opinião?
Acho que uma maneira de o ensino superior se desenvolver é, em vez de trazer os alunos para os câmpus por quatro anos, deixá-los fazer disciplinas online por um ano, depois passar dois anos na universidade e, no último ano, fazer um estágio e mais atividades online. Esse projeto parece uma boa ideia, mas eu teria de olhar mais a fundo a plataforma, para saber como ela é. Muitas ainda estão em desenvolvimento. Ela terá um componente social forte? Haverá fóruns de discussão? Como será a interface do usuário? Tudo isso é importante para manter o aluno motivado. Eu teria de conhecer esses aspectos, mas pode ser uma boa ideia se a plataforma for muito boa.

 

Fonte: Estadão